Convivência: palavras em tempos de isolamento
Com a pandemia da Covid-19 e o consequente período de confinamento, a artista visual Ana Teixeira deu início a uma série de projeções noturnas em prédios vizinhos. Desde então, as noites nos arredores de seu edifício na capital paulista têm sido iluminadas por palavras híbridas criadas pelo artista Jorge Menna Barreto, poemas de Drummond ou Leminski, frases de autoras como Eliane Brum ou pequenos obituários de mulheres mortas pelo coronavírus e lembradas pelo projeto Relicário (@reliquia.rum), da antropóloga Debora Diniz. Batizada Convivência, a ação de Ana é um movimento de aproximação silenciosa a partir de olhos e janelas. “Vou ao encontro de alguém que não vejo e que não me vê. Estamos em contato e esta é uma das formas possíveis de se conviver em tempos de isolamento”.
A série completa pode ser vista em www.anateixeira.com/trabalhos/convivencia/
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Ana Teixeira é artista visual, formada pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), onde cursou o mestrado em Poéticas Visuais. Em seu trabalho, Ana expressa o interesse particular pelo desenho e pelas intervenções em espaços públicos, tendo a literatura e o cinema como suas principais referências. Participou de diversas exposições no Brasil e exterior e reuniu vinte anos de sua atividade no livro “Para que algo aconteça”. www.anateixeira.com