AUDRE LORDE

Audre Lorde foi escritora, poeta, ativista e referência nas lutas feministas, LGBT, do movimento negro e pelos direitos civis. Nascida em Nova York, Estados Unidos, em 1934, filha de pais caribenhos estabelecidos no bairro do Harlem, Audrey Geraldi­ne Lorde abriu mão do “y” de seu nome original ainda criança, optando por um nome mais simétrico: Audre Lorde, conforme conta em sua “biomitografia” Zami. (Zami: A New Spelling of My Name). Também ainda criança, começou a escrever seus primei­ros poemas.Formou-se em biblioteconomia pela Universidade da Cidade de Nova York, em 1959. Ao longo do curso de graduação, exerceu diversas funções para se sustentar: técnica de raio-x, operária de fábrica, ghost-writer, secretária, supervisora de vendas. Depois de formada, passou a trabalhar como bibliotecária, completou o mestrado nesta mesma área na Universidade de Columbia e, em 1966, assumiu o posto de biblioteca-chefe em uma escola em Nova York, onde permaneceria até 1968. Paralelamente, desde o começo dos anos 1960, escrevia ensaios e sua poesia era regular­mente publicada em revistas e antologias. Também participava ativamente dos movimentos culturais LGBT, e de ações pelos direitos civis e das mulheres.

Seu primeiro livro de poesia, The First Cities, foi publicado em 1968. A partir de então, daria início a uma produtiva trajetória de escrita e publicações de livros de ensaio e de poesia.212 213 Casou com o advogado Edwin Rollins, com quem teve dois filhos, Elizabeth e Jonathan. O casamento durou até o ano de 1970. A partir de então, Audre Lorde assume sua relação amorosa com Frances Clayton, mulher branca, professora de psicologia, com quem ficaria até 1989.Os anos 1970 e 1980 seriam de intensa militância e ativismo político, feminista e lésbico, o que está fortemente impresso em sua obra poética do período. Em 1977, tornou-se editora de poesia no jornal feminista Chrysalis e três anos mais tarde fundou, junto com a escritora Barbara Smith, a editora Kitchen Table: Women of Color Press, para disseminar a produção de feministas negras. Entre 1984 e 1992, desenvolve um importante trabalho em Berlim, dando aulas, palestras e atuando no movimento de mulheres afro-alemãs. Um belo registro deste período está em Audre Lorde – The Berlin Years 1984–1992, documentário de Dagmar Schultz. Desde do fim da década de 1970, Audre Lorde lutou contra o câncer. Chegou a fazer mastectomia para eliminar um tumor de mama, mas a doença reincidiu anos depois no fígado. A experiência foi narrada no premiado livro The Cancer Journals, lançado no início dos anos 1980. No fim da mesma década, mudou-se para Saint-Croix, uma ilha no Caribe, onde viveu seus últimos anos ao lado da socióloga e ativista Gloria Joseph. Audre Lorde continuou escrevendo e publicando até o início dos anos 1990, quando morreu, aos 58 anos. Após seu falecimento, em 1992, seus arquivos passaram a integrar a coleção do Spelman College, em Atlanta. Ao longo de sua carreira, Audre Lorde recebeu diversos prêmios, entre os quais destacam-se as bolsas concedidas pelo National Endowment for the Arts (de 1968 e 1981) e pelo Creative Artists Public Service Program (de 1972 e 1976) e o prêmio de excelência literária de Manhattan, de 1987. Em 1991, foi nomeada poeta laureada pelo estado de Nova York.

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