Resistência carioca, por Carlos Fabal com curadoria de Cristianne Rodrigues

Por me deixar respirar
Por me deixar existir
Deus lhe pague
Chico Buarque (1971)
No livro “O bicho urucutum”, Pedro Nava descreve o Rio de Janeiro, em 1918, devastado pela gripe espanhola, como um inferno cheio de cadáveres abandonados pelas ruas. Passado o auge da pandemia, a revista Careta publica foto de uma favela com a seguinte legenda: “Morro de São Carlos: neste local não houve socorro aos moradores”. Pouco mais de cem anos depois, o fotógrafo Carlos Fabal documenta a favela Santa Marta em tempos de Covid19. Fotos selecionadas por Cristianne Rodrigues, que assina o texto a seguir:
Sob o olhar curioso dos adolescentes da favela, moradores do Morro Santa Marta higienizam áreas de passagem. Mais do que uma medida para garantir melhores condições de enfrentamento da pandemia, essas imagens evocam resistência. Saneamento básico, direito assegurado a todos pela Constituição, ainda é privilégio por aqui. As fotos de Carlos Fabal resumem uma longa história de lutas e de desigualdades.





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Carlos Fabal é fotojornalista independente, nascido em 1992 em Santo Domingo, República Dominicana. Radicado no Brasil, colabora com a agência France-Presse (AFP) e com veículos de imprensa como a CNN e a BBC, além dos jornais Le Monde e Financial Times.  www.carlosfabal.com
Cristianne Rodrigues é pesquisadora e curadora de fotografia radicada em Paris, França. Organizou, com Ana Cecilia Impellizieri Martins, o livro 1968: Paris, Rio (2018).  www.cristiannerodrigues.com

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